Reggie em sua última palestra
Criada por Reggie Gold por volta da década de 70, Advanced Muscle Palpation vem sendo organizada e desenvolvida por Nicholas R. Spano (Nick Spano) e, mais recentemente, ensinada por Trent Scheidecker.

AMP foi concebida para ser uma técnica de avaliação rápida e em harmonia com os princípios filosóficos "pure straight" (Quiropraxia pura). Tem como base a hipótese de que o corpo está ciente de suas próprias necessidades biomecânicas e constantemente emprega esforços para se auto corrigir.

Na prática, é realizada uma palpação muscular leve e bastante específica para identificar esses esforços, sendo completamente diferente das palpações musculares ou de movimento (motion palpation) que são normalmente utilizadas na profissão.

Seu objetivo é identificar não só a localização da Subluxação Quiroprática , mas também sua listagem ("posicionamento") e, consequentemente, a direção (vetor) para a correção . Logo após o ajuste é possível verificar se de fato a Subluxação foi corrigida ou não, independente de cavitação.
 

Nick Spano, DC
Foram os esforços do doutor Spano, a pedido e com colaboração de diversos outros quiropraxistas, que possibilitaram abordagens dessa técnica para avaliar também as sacro-ilíacas, que normalmente não são levadas em consideração pelos pure straight, já que para esse grupo, a Subluxação Quiroprática somente ocorre nas vértebras.

A neurofisiologia serve de base para o argumento que une filosofia (o conceito de Inteligência Inata) e a prática clínica.

Essa técnica defende que os músculos são ativados ao terem seus OTGs e fusos estimulados pela Subluxação, reagindo para "puxar" a vértebra de volta.

Sendo esses mecanismos naturais e desenvolvidos pela própria Inteligência Inata, é o corpo quem demonstra o que deve ser feito e não a análise racional do quiropraxista.

Diferente da maioria das técnicas de Quiropraxia, AMP não possui métodos de correção, somente para avaliação, portanto o ajuste pode ser feito manualmente, com uso de drop ou por instrumento.

Apesar da relativa simplicidade, trata-se de uma palpação muito específica e requer o treinamento adequado. Não é recomendada uma abordagem dedutiva sobre o método de análise do AMP, que poderia levar a erros de avaliação.

Por ser uma palpação, pode ser integrada em boa parte das técnicas, complementando a análise de Diversificada, Thompson e SOT, e, segundo manuais, permitindo identificar a listagem Gonstead ou Upper Cervical Specific mesmo sem a radiografia.

Suas restrições são as mesmas que qualquer palpação, basicamente as lesões locais (pele, músculo, etc), mas podemos ressaltar a importância de cautela por falta de estudos em casos onde a pessoa avaliada esteja acometida por condições que afetem um ou mais sistemas envolvidos como em condições parkinsonianas (onde ocorre a perda de inibição dos órgãos tendíneos), distrofia muscular de Duchenne, atrofia muscular espinhal, etc.

Podemos dizer que AMP talvez seja a técnica que mais busca conciliar a prática com a filosofia, entretanto existem ainda muitas questões a serem levantadas como a sua viabilidade diante da desaferência ou outros modelos de Subluxação Quiroprática que não incluem o fator desalinhamento.