Um novo estudo na Nature Neuroscience, descobriu que o estresse pode ser “contagioso”, não só no nível emocional. O pesquisador Jaideep Bains, PhD, e sua equipe, publicaram uma pesquisa que demonstrou alterações cerebrais causadas por esse “contágio”.

“Alterações cerebrais associadas ao estresse sustentam muitas condições mentais, como déficit de atenção, ansiedade e depressão.” Disse o professor Bains. “Estudos recentes indicam que o estresse e emoções podem contagiar. Ainda não sabemos se isso tem consequências para o cérebro”.

Toni-Lee Sterley, outro autor dessa pesquisa, que foi realizada com ratos, explica "O notável foi que os neurônios CRH dos parceiros, que não estavam expostos a um estresse real, apresentaram mudanças idênticas às que medimos nos camundongos estressados".

A equipe descobriu que a ativação desses neurônios CRH causa a liberação de um sinal químico, um "alarme", vindo de um camundongo e alertando ao seu parceiro. Esse sinal pode ser passado adiante. Esta propagação de sinais de estresse revela um mecanismo que pode melhorar nosso entendimento sobre a transmissão do estresse na sociedade.
Nem tudo está perdido, a equipe de Bains também encontrou evidências de que um mecanismo parecido pode abaixar o nível do estresse, mas isso foi seletivo. Eles notaram que nas fêmeas os efeitos residuais do estresse nos neurônios CRH foram cortados quase na metade após passarem um tempo com parceiros não estressados. O mesmo não era funcionou para os machos, que se mantiveram estressados.
Ainda que em fase inicial e insuficientemente documentado em humanos, a identificação desse fenômeno de “contaminação” de estresse é bastante promissor para melhorarmos nossa qualidade de vida.