Existem diferenças fundamentais no Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) entre meninos e meninas. Cientistas descobriramque tais diferenças começam já no sistema nervoso e podem explicar porque crianças de sexo diferente manifestam sintomas diferentes.

Pesquisadores demonstraram que enquanto os meninos sofrem um comprometimento no córtex motor, pré-motor núcleos da base áreas responsáveis por questões como coordenação, as meninas sofrem de um prejuízo no córtex pré-frontal, responsável em situações de multitarefa e tomada de decisão.

Em outras pesquisas, também foram comparados os cerebelos de meninas e meninos que sofrem de déficit de atenção e hiperatividade, com os cerebelos de crianças que não são acometidos pela condição. Foram feitas duas descobertas interessantes e que ajudam a entender ainda melhor o problema:

Primeiro que, além do cérebro, os cerebelos de quem sofre TDAH também são diferentes daqueles de crianças que não sofrem. Segundo que as áreas afetadas não são as mesmas entre meninas e meninos.

Os meninos parecem apresentar maior dificuldade nas questões motoras, que são percebidas mais cedo do que nas meninas e que duram mais tempo. Além disso, outro comprometimento está relacionado com um maior desafio para aprender diferentes informações simultaneamente. O que dificulta particularmente os primeiros anos escolares, a fase de alfabetização e aprendizagem de escrita.

As meninas, por sua vez, apresentam maior dificuldade no que diz respeito à tomada de decisão e planejamento de tarefas, principalmente quando este precisa acontecer mentalmente, sem verbalização ou escrita e sem a influencia do(a) professor(a) ou outro adulto. Uma outra desvantagem para as garotas, acontece no movimento dos olhos que parece ter menor velocidade e dificuldade no controle de movimentos básicos.

Essas diferenças são de extrema importância para o melhor entendimento do TDAH e imprescindíveis no desenvolvimento de abordagens terapêuticas. 


Mahone EM, Wodka EL. The Neurobiological Profile of Girls with ADHD. Developmental disabilities research reviews. 2008;14(4):276-284. doi:10.1002/ddrr.41.